”I like too many things and get all
confused and hung-up running from one falling star to another till i drop. This
is the night, what it does to you. I had nothing to offer anybody except my own
confusion.” Jack Kerouac
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Estamos num ponto de mutação, daqueles bem especiais que se forem bem aproveitados podem transbordar possibilidades!
Polêmicas geram extremismos, vontade alucinada de ir contra ou a favor.. porém entre esses dois existem muitas nuances... Estamos lidando com situações complexas que exigem esforço físico e mental, estudo e rua, organização no movimento e caos... No entanto pros que se acham donos da verdade, críticos e fodas... eu sei que as vezes nós pobres humanos num mundo de expiações a gente sente isso.. temos que ter humildade. Falaram que nos protestos tinha gente lutando por coisas que mal entende, PEC, leis em geral... falaram que muita gente foi e fez um álbum pro facebook, tirou fotos pensando no profile, no status de ser um revolucionário. Sim é verdade, isso aconteceu mas e daí? Daí que milhões de pessoas foram pra rua, com suas capenguices (falta de entendimento em certas questões, um certo egocentrismo), mas foram pras ruas, deram a cara, saíram de casa e sim fizeram a diferença! Se você não se encaixa nesse perfil, se você sabe do que tá falando, não liga pra fotos e não pretende dar uma de herói e entende que a causa é muito maior, parabéns! Mas tenha calma, não foi todo mundo que teve a chance que você teve de entender o que é fascismo, capitalismo, ismos em geral, mas muita gente lá sente o fodismo real, fodismo de ônibus, de hospital, de vida... e tava lá como pode! Somos bombardeados há muito tempo com uma mídia que tenta nos fazer superficiais, egocêntricos e a achar que política é um porre! Mas o que aconteceu foi história viva, história de um povo que cansou de ser sacaneado! Milhões de pessoas foram as ruas, muita gente se ''comportou bem''' e outros ''mal'' mas na boa, não tem como arrumar um padrão pra protesto, são realidades muito diferentes, fúrias diferentes... e graus de entendimentos diferentes! O importante é que fizemos a diferença, e agora é preciso ir mais a fundo e se você pode ajudar nisso cai dentro (com humildade)!
Assim como a água de um rio quando passa não é a mesma (e nem o rio é o mesmo), nós não somos mais os mesmos!
Sempre lembro da teoria da curvatura da vara de Demerval Saviani, que fala que em situações polêmicas, tendemos a puxar a vara (status quo) violentamente para o lado oposto, na tentativa de mudar a situação. No entanto esquecemos que para situações complexas, situações da vida, as coisas não são resolvidas com isso ou aquilo... para superar situações reais é preciso de respostas e perguntas reais, complexas e ricas.
Estamos num ponto de mutação, daqueles bem especiais que se forem bem aproveitados podem transbordar possibilidades e mudar tendências na história.
Mais uma vez Cazuza:
Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Beijo e um queijo!
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Oh me, oh life
oh me oh life
of the questions of these recurring
of the endless
traines of the faithless
of cities fill'd with th foolish
oh myself forever reproching myself
(for who more foolish than I? an who more faithless?)
of eyes that vainly
crave the light
of the objects mean of the struggle
ever renew'd
of th poor results of all
of the plodding and sordid crowds
I see around me af the empty
and useless year of the rest, with rest
me inter wined
the question oh me! so sad
recurring what good amid these
oh me oh life?
answer
that you are here
that life exists
and identity that powerful
plays goes on,
and you may
contribute a verse.
Walt Witman
É difícil compreender a complexidade, não por ser complicada (complexidade
não é complicação), mas porque tudo quanto depende dum novo paradigma
é muito difícil de conceber. Não são os requintes de pensamento que são
difíceis de compreender quando partimos dum princípio evidente,
é a base evidente dum outro princípio. (...) A complexidade
desencaminha e desconcerta porque o paradigma
reinante nos torna cegos para as evidências
que não pode tornar inteligíveis.
(MORIN, 1997a, pp. 348 e 349)
J
Jack Kerouak: Mas nesta época eles dançavam pelas ruas...
Mas nesta época eles dançavam pelas ruas como piões frenéticos e eu me arrastava na mesma direção como tenho feito toda minha vida, sempre rastejando atrás de pessoas que me interessam, porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam, como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante pop pode-se ver um brilho azul intenso até que todos caiam no "aaaaaaaaaaaaaah!" Como é mesmo que eles chamavam esses garotos na Alemanha de Goethe?
Como explicar, por exemplo a razão que alimenta a indústria armamentista, a obsolescência planejada do sistema produtor de mercadorias, a medicina que destrói a saúde humana e o império do transporte individual que imobiliza as cidades, entre diversos outros processos contraprodutivos bem analisados por Illich (1975),, Gorz (1978) e Dupuy (1980). Os absurdos perpetrados por nossa cultura instrumental levam-nos a concluir que não estamos diante de uma falha da razão, ou de um déficit de inteligência, mas ante uma situação degenerativa de distorção ética, de perda da capacidade de indignação mesmo perante o absurdo.... (Gustavo Ferreira da Costa Lima).
Vazio
Encontro-me onde estou
de cara limpa e nua pro mundo
ouvindo sons de sonho vivo
e as batidas rítmicas do meu coração
e de toda essa ilusão, você foi a que me pareceu mais real
e de tudo que eu quis ter
você foi o que nunca me deixou esquecer
que nada nessa vida se possui
que tudo o que tentamos guardar se esvai nas mãos como areia pro mar
mas não há lições, moral
e cada dia de sol, a cada canção de blues, você estará em meu coração, em meus pensamentos
e nessa mistura de prazer e tormento, você é a ponte que nunca me deixa parar
que só me leva e traz
da razão á loucura
do céu ao inferno
colher e plantar essa minha sina pesada e mesquinha de amar
amar o mundo que me conjuga em dor prazer e angústia
e sem mais opções acelero nessa rodovia caótica e sem leis
me iludo com a beleza e sei
que isso tudo talvez seja um sonho, que esse tormento seja somente uma convulsão do meu encaixe com essa ilusão calorosa chamada vida
e você no meio de toda essa alucinação
foi a onda mais prazerosa
o tato mais macio
sem você sou vazio
vazio...
By naetê
'' O botão desaparece na flor que desabrocha, como se ela o negasse; da mesma forma, o fruto coloca-se em lugar dela como se a existência da flor fosse falsa. Essas formas não apenas diferem, mas rejeitam-se como imcompatíveis. Porém não só não se contradizem, como uma é tão necessária quanto a outra, e significa a vida do todo.'' Hegel
Favela
Sobrepuja o céu por entre andares mal definidos
Paredes compartilhadas, úmidas, geladas, e o líquido mal cheiroso sempre descendo os labirintos como um rio
Morada do povo que vê do alto calçadões mansões e belas praias
Amontoados, recuados, a noite invíseis para os que desfilam nas nobres calçadas
Em que a entrada de serviço é sempre o caminho das casas onde sem muitas opções se trabalha
Caixas de concreto pipocando crianças, gritos ecoando, gatos miando e baratas
Favela vela seus claros limites...
Ao som do tecno brega tocando o mais alto que o som parcelado permite
Será que para esquecer ou para motivar? A situação em que se vive, os prazeres e dores de se estar onde está
Na beirada da lage descortina Copacabana, vista do ângulo esquecido, pelos olhares escondidos,vulgo marginalidade urbana
Na margem de uma sociedade que emerge por suas intrínsecas desigualdades
Entre diversos atores sociais, ali quase sempre se conjuga o réu, fugitivos necessários que se perdem por entre escadarias infinitas, empinadas pro céu
É sábado de manhã, sem trabalho, vamos comemorar!
Na mão a carne pra queimar, e no coração o sentimento cada vez mais forte, que apesar da felicidade aparente, em sorrisos sem dentes as coisas precisam mudar.
Naetê
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